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Os primeiros protestos foram protagonizados por opositores de Morales
Cinco apoiadores de Evo Morales morreram nesta sexta-feira (15) em confrontos violentos com a polícia e militares nos arredores de Cochabamba, reduto do ex-presidente da Bolívia.
A imprensa local noticiou que ao menos oito pessoas ficaram feridas.
Milhares de opositores da autoproclamada presidente Jeanine Añez entraram em conflito com as forças policiais na ponte Huayllani, que foi bloqueada por agentes, quando tentavam chegar à cidade de Cochabamba, a 18 km de distância.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos condenou em um comunicado o “uso desproporcional da força policial e militar”. O órgão publicou nas redes sociais um vídeo dos corpos enfileirados no chão e afirmou, ainda, que “as armas de fogo devem estar excluídas dos dispositivos utilizados pelo controle dos protestos sociais”.
Segundo o comandante da Polícia de Cochabamba, coronel Jaime Zurita, os manifestantes portavam armas, escopetas, coquetéis molotov, bazucas caseiras e artefatos explosivos -mais de cem pessoas foram detidas, afirmou.
“Estão usando dinamite e armamento letal como (fuzis) Mauser 765. Nem as Forças Armadas, nem a polícia têm esse calibre, por isso estou alarmado”, disse.
A tropa de choque, apoiada por militares e um helicóptero, dispersou os manifestantes à noite.
Os conflitos que estouraram um dia depois do anúncio da suposta vitória de Morales nas eleições de 20 de outubro, marcadas por fraudes, deixaram até o momento dez mortos, mais de 400 feridos e 500 detidos, segundo a contagem oficial.
Os primeiros protestos foram protagonizados por opositores de Morales, mas agora são os partidários do ex-presidente que se manifestam contra Áñez.