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Abastecimento de combustíveis derivados do petróleo será comprometido em Mato Grosso a partir desta semana com a manutenção da greve nacional dos petroleiros. A paralisação dos funcionários da Petrobras completa 19 dias. Sem refinarias e com grande dimensão territorial, o Estado terá mais dificuldade para reequilibrar o fornecimento de gasolina, diesel e gás, caso o mercado seja afetado, prevê a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
No varejo local, cargas de combustíveis continuam sendo entregues normalmente pelos distribuidores. Alguns revendedores relatam, porém, que distribuidoras alertam desde a semana passada para a possibilidade de restrição de produtos caso perdure a greve. Em todo o país, a adesão de pessoal da área operacional da Petrobras supera 60%, com 21 mil trabalhadores de 121 unidades, em 13 estados. Hoje, os petroleiros realizam marcha em defesa do emprego, da Petrobras e do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro.
“Nos preocupa o abastecimento nacional. A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mencionou o risco de escassez em algumas áreas a partir desta semana”, diz o diretor da FUP, Deyvid Barcelar. “Localidades mais distantes, como Mato Grosso, enfrentam dificuldades em caso de desabastecimento porque as refinarias estão nos grandes centros”. Para ele, a Petrobras deveria ampliar o número de refinarias e investir mais no setor. “Outros países querem aumentar seu parque de refino, como é o caso da China e Noruega”.
Barcelar acrescenta que o papel da estatal brasileira é suprir a necessidade do mercado nacional por petróleo e derivados. “A atual gestão, porém, entende que esse papel não é mais dela e as consequências disso vislumbramos agora”, comenta. “Se a Petrobras deixar os petroleiros trabalharem, a produtividade vai aumentar e o preço final (dos derivados) irá baixar. Queremos que a companhia suspenda a demissão em massa e as medidas arbitrárias para pavimentar o processo de privatização”. Além do comprometimento da oferta dos produtos petrolíferos, a FUP manifesta preocupação com a saúde e segurança dos trabalhadores, bem como com a proteção ambiental.
Revendedor de combustíveis em Cuiabá, Carlos Simarelli relata que o suprimento dos derivados petrolíferos se mantém normalizado em Mato Grosso. “Soube que em Rondônia e no Amazonas estão tendo problemas”. O varejista Ranmed Moussá diz que comprou recentemente sem dificuldades. “Mas, recebi alerta da distribuidora sobre possibilidade de haver restrição, caso a greve continue”.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) informa que o abastecimento de combustíveis está normal. A ANP, por sua vez, comunica que está acompanhando a greve e tomará medidas, caso necessário, para garantir o abastecimento nacional. A Petrobras lembra que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou a greve dos petroleiros ilegal, em decisão desta segunda-feira (17). Acrescenta que a paralisação parcial dos trabalhadores não impacta a produção petrolífera e de combustíveis. “(…) a Petrobras tem mantido a produção por meio da atuação de equipes de contingência e de empregados que não aderiram ao movimento. A produção diária e os estoques de combustíveis garantem a oferta ao mercado e afastam a possibilidade de desabastecimento”, esclarece.