Ser servidora pública, advogada pública

Ser servidora pública, advogada pública, advogada do Sistema Penitenciário. Mas o que é ser servidora pública advogada? Qual o objetivo desta função? Qual é o nosso papel? Faz mais de dez anos que faço essa pergunta a mim mesma, e não porque não sei legalmente e concretamente meu papel, mas porque dentre todas as possibilidades de carreira na minha formação acadêmica fui escolher a advocacia pública. E sim, é uma escolha. É uma escolha trabalhar com políticas públicas quando as prioridades do governo não são as políticas públicas. É uma escolha trabalhar com a garantia de direitos das pessoas em privação de liberdade, pois não são prioridade porque afinal, eles estão em conflitos com a lei, e há escolhas entre o “bem” e o “mal” e se escolheram o mal “é por conta e risco apenas de quem escolhe”. Por entre as oportunidades do serviço público, foi uma escolha também trabalhar na pasta de Direitos Humanos. Ter me envolvido na coordenação do Centro de Referência em Direitos Humanos-MT, atendendo e buscando ativar as redes socioassistenciais para garantia de direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade social ( das mais vulneráveis possíveis: população em situação de Rua, LGBTI+, dentre outros seguimentos populacionais) quando está em pauta a redução das políticas sociais, a derrubada de direitos dos trabalhadores. É uma escolha trabalhar em serviços condenados ao fracasso por descaso público/político. É uma escolha trabalhar com o sofrimento, com os invizibilizados pelo sistema, negados nas escolas, culpabilizados pela sociedade, pelo estado e pelas instituições em geral. Sim, mas também é uma escolha fazer desta experiência um bom encontro, um espaço de potência, um caminho de construção coletiva e de luta por direitos. Hoje, sigo na oportunidade de trabalhar em um espaço que ouve, e busca sintonia e transparência entre os cidadãos e o poder público. Local de conquista democrática. Grata pelo meu chefe e amigo

, por poder me oportunizar novamente a trabalhar com a melhoria do serviço público para as pessoas. E que, sempre que puder, que eu possa ser uma referência positiva e um ponto de ancoragem, porque eu escolhi ser mulher de luta

Advogada servidora publica Letícia prado