Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
Com sua nascente na atual Avenida Miguel Sutil, próximo à Rodoviária Engº Cássio Veiga de Sá, se encontra hoje totalmente englobado na área urbana de Cuiabá.
Além de ficar a meia légua do rio Cuiabá e, entre os afluentes deste, os rios Coxipó Mirim e Coxipó Açu, a vila de Cuiabá foi edificada seguindo o arco do córrego, depois chamado Prainha, um afluente menor do Cuiabá, hoje centro da cidade de Cuiabá, de acordo com o Historiador Otávio Canavarros.
Com sua nascente na atual Avenida Miguel Sutil, próximo à Rodoviária Engº Cássio Veiga de Sá, se encontra hoje totalmente englobado na área urbana de Cuiabá. Além de ficar a meia légua do rio Cuiabá e, entre os afluentes deste, os rios Coxipó Mirim e Coxipó Açu, a vila de Cuiabá foi edificada seguindo o arco do córrego, depois chamado Prainha, um afluente menor do Cuiabá, hoje centro da cidade de Cuiabá, de acordo com o Historiador Otávio Canavarros.
No Córrego em 1940, à direita, ficava o sobrado do famoso prostíbulo Palácio das Águias, atualmente desaparecido. Ao fundo, torre da Igreja do Rosário e São Benedito. Permitia a entrada de pequenas embarcações até a Praça do Aracaty, atual Ipiranga, ladeada pelo córrego Cruz das Almas, onde às suas margens os homens vendiam os seus pescados à população: (…) o ribeirão Prainha, caudaloso na época, até o mercado abicavam as canoas que subiam o caudal e ali chegavam transportando peixes e o produto das hortaliças cultivadas nas chácaras vicinais do rio Cuiabá para o abastecimento da cidade (…)
Foi protagonista de inúmeros acontecimentos: Diariamente ia com algumas escravas, atravessando o quintal todo revolvido por antigas escavações auríferas dos anos pioneiros de Cuiabá, até o Córrego Prainha, ficando a brincar entre as pedras, nas águas límpidas de lambaris, enquanto as negras lavavam as roupas da casa em longas tábuas de aroeira.
Esse pequeno córrego corre rumo ao rio Cuiabá continua deslizando eternamente, no entanto, soterrado e contaminado, murmurando por entre os esgotos da cidade, perfazendo a sua caminhada na qualidade de mísero contribuinte do rio Cuiabá, que Francisco Mendes relembra assim: Córrego Prainha! Como peregrino deixas de ser nas ferocíssimas paragens da terra (…) oásis de fartura, para constituíres relíquia desprezada, tão cheia de saudade do tempo, em que abrias o leito fértil de promessas e de anseios, de dádivas e de belezas (…) apenas um traço recordativo (…). Não piam em tuas matas as Jaós, nem as saracuras entoam duetos alegres. (…). Mudo, segue os caminhos das misérias das impurezas.
Ainda no final de século XIX, Rubens de Mendonça narra, em artigo da revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, expedição sua e de amigo, todos adolescentes, em busca da nascente Prainha. Atravessa canalizado, mas a céu aberto, os bairros do Araés e Baú, indo esconder-se, envergonhado de tanta sujeira, sob o leito da Avenida Rubens de Mendonça (do CPA), na pracinha em frente à sede do antigo Ministério Público Federal. Após percorrer toda a área central, não lhe é mais permitido desaguar no Rio Cuiabá; uma estação elevatória de esgoto leva suas águas, todas contaminadas, para tratamento antes de jogá-la no rio.
Triste história do Córrego que viu a cidade nascer transformando em cloaca. Sua lembrança estará sempre presente em seu poético nome, Prainha, transposto popularmente para a Avenida. Suas antigas encostas estão cheias de histórias e salpicadas de igrejas. As generosas Lavras do Sutil que tanto ouro produziu.
Até 1962 a Prainha era um pequeno riacho serpenteando o fundo de quintais, nesta data é aberta a avenida e canalizado o córrego. Em 1974 é aberta a Avenida Rubens de Mendonça, a Avenida do CPA, continuação da Prainha no sentido leste. Em 1978 o córrego é coberto. Prenhe de história e significados, a atual Avenida da Prainha ou Tenente Coronel Duarte precisa da aplicação rígida de legislação urbanística municipal para despoluí-la visualmente, proibir o estacionamento de veículos nas calçadas e outros trabalhos como ficção subterrânea e arborização para deixá-la digna de grande artéria da capital, num reavivar do patrimônio histórico cultura, localizado no Centro Histórico de Cuiabá, além de uma arborização necessária, inclusive para amenizar o calor da cidade de Cuiabá.
Não só a Prainha, mas, também, necessitam de arborização urgente, a Avenida Rubens de Mendonça, a Avenida Fernando Corrêa da Costa, a avenida Edna Affi, a Avenida Miguel Sutil, entre ouras ruas de Cuiabá. Necessário se faz aplicar multas aos comerciantes que derrubam ou cortam as árvores de propósito. É preciso obriga-los a replantar o que foi danificado.
Neila Barreto é jornalista, historiadora e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso