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Em alusão à campanha Setembro Amarelo, a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá realizou na manhã desta segunda-feira (02) uma audiência pública com a finalidade de debater as causas do suicídio, bem como buscar medidas de prevenção.
A campanha teve início no Brasil em 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e da ABP Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Partindo disso, as entidades brasileiras adotam esse mês para desenvolver, anualmente, campanhas de prevenção ao suicídio e suas causas através de eventos que abram espaço para debates sobre o tema.
O presidente do Parlamento Municipal, vereador Misael Galvão (PSB), enfatizou que a Câmara tem empenhado esforços para trazer a população para o debate dos vários temas que afetam a sociedade cuiabana.
“Os vereadores têm realizado cerca de quatro audiências por semana nesta Casa, e também estamos indo constantemente aos bairros ouvir a população”, citou, observando que o tema do suicídio ainda se encontra revestido com a roupagem “de assunto tabu” em grande parcela do meio social e por isso a necessidade dos debates, “até para desmistificar o assunto”.
A sociedade médica brasileira considera o suicídio como um problema de saúde pública. Pesquisas apontam que, em média, por dia, 32 brasileiros se matam. É um número maior do que os vitimados pela AIDS e maior também do que as mortes causadas pelos principais tipos de câncer. No mundo inteiro calcula-se que o suicídio seja a 3ª maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. E que seja a 7ª causa de mortes de crianças entre 10 a 14 anos.
Em que pese esses números, a OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 90% dos casos têm prevenção e que 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais.
Nesta Audiência Pública, cerca de 15 entidades que trabalham com o tema enviaram representantes para participar do debate.
Corroborando as informações da OMS, o Presidente da Associação Mato-grossense de Psiquiatria, o psiquiatra Carlos Periotto, explicou que o suicídio é o desfecho negativo de um quadro antecedido por doenças mentais. Ele destacou que em geral “as mulheres tentam mais do que os homens, porém, os homens finalizam mais”.
Enquanto mulheres procuram a ingestão de substâncias, os homens optam por meios fisicamente mais agressivos, tiros e enforcamentos, dentre os principais.
“Doenças afetivas com quadros depressivos, unipolares, bipolares, psicoafetivos, transtornos de personalidade, border line, anti sociais, esquizofrenia”, citou o psiquiatra como os principais quadros que resultam em tentativas de suicídio. Para ele, a taxa dessas mortes pode ser diminuída com a implementação de “políticas públicas sérias, através de um serviço de prestação de saúde mental à população”.
A enfermeira Karina Marques, nesse sentido, relatou sua experiência na rede municipal de saúde, para a qual presta serviço no posto do CPA III. Mesmo sentindo falta de condições estruturais, criou o projeto Razões para Viver, que através de dinâmicas de grupo incentiva o participante a contar a sua vida como se estivesse contando um filme. “Todos choram quando fazem o relato”, observou, demonstrando a importância da verbalização.
Ela disse também que os muitos jovens contam que se sentem como um peso para família. Já houve, inclusive, “relatos de planos para suicídio em massa”, ressaltou Karina. Nas escolas para onde leva o projeto, Karina revelou que 90% dos alunos que resolvem participar da dinâmica confirmam que já pensaram em se matar.
Dentre as entidades presentes na audiência, CVV é uma das mais tradicionais, atuando no Brasil há mais de 50 anos. Em Mato Grosso possui sedes em Cuiabá, Cáceres e Rondonópolis, prestando atendimento através de voluntários. O CVV preza pelo sigilo absoluto do paciente, tanto que não coleta dados que possa transformar em estatística.
Seja presencial ou por meio de telefone (basta discar 188), os voluntários do CVV se dispõem a ouvir as pessoas e ao expressarem seus problemas possam encontrar alívio para suas dores.
O Cedipsis – Vida Plena (Centro de Diagnóstico de Intervenção Psicológica) é outra entidade que também trabalha com o tema, mas através de atendimento com psicólogos, alunos ou pós graduandos. Às terças-feiras realizam atendimento social a preços baixos, justamente visando alcançar um público que não disponha de recursos para consultas particulares.
O Cedipsis fica na rua Marechal Deodoro, 403, bairro Araés, e está aberto das 8 às 18 horas.
Nos dias 18 e 19 de outubro deste ano, das 09 às 18h, no Senai, na avenida XV de Novembro, 303, bairro do Porto, o Cedipsis vai promover o XX Simpósio Brasileiro de Terapia Familiar com o tema: Da família de origem à família atual: saúde da família sob o olhar sistêmico.
Da programação constam além de palestras e cursos, atendimentos na clínica social.
Mais informações: www.afmt.org.br – 65 3025-2025 / 99228-5757 / 99247-2558.