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Hoje, a China é o país que mais importa do Brasil, considerando o valor dos produtos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (13), que o governo negocia a criação de uma área de livre comércio entre Brasil e China.
Guedes defendeu que a integração entre os dois países seja feita mesmo que o Brasil perca a atual posição superavitária no saldo comercial com os chineses.
“Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de criarmos o free trade area também com a China, ao mesmo tempo que falamos em entrar na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, entidade que reúne países que atuam com economia de mercado]”, disse o ministro em seminário do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Guedes afirmou ter ouvido do governo chinês que não haveria problema se o Brasil vendesse ainda mais para o país asiático. O ministro ressaltou que eventual movimento contrário, em que os brasileiros reduzissem o saldo comercial, também seria positivo para o Brasil.
“Eu não me incomodo se, em uma situação de superávit [do Brasil hoje] com a China, nós nos equilibrarmos ali à frente, aumentando as exportações em 50% e as importações dobrando ou mesmo triplicando. O que nós queremos é mais integração ainda”, afirmou.
Hoje, a China é o país que mais importa do Brasil, considerando o valor dos produtos, segundo dados do Ministério da Economia. No ano passado, o saldo comercial entre os dois países ficou positivo para o Brasil em US$ 29 bilhões.
Em 2018, mais de um quarto da exportação brasileira foi direcionada para os chineses. Quase 90% do total é de produtos básicos, enquanto os semimanufaturados respondem por 8% e os manufaturados, 2%.
As vendas de soja, petróleo e minério de ferro respondem por 79% do total exportado pelos brasileiros aos chineses.
No sentido oposto, 98% dos produtos que o Brasil compra da China são manufaturados. Outros 2% são de produtos básicos.
No seminário, Guedes afirmou que o Brasil ficou isolado por 40 anos e que o país ainda tem uma das economias mais fechadas do mundo. Segundo ele, o governo tenta reverter esse cenário.
“Queremos nos integrar, perdemos tempo demais, temos pressa. Nós vamos fazer 40 anos em 4”, disse.