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Governador Mauro Mendes anunciou o reinício da construção de duas unidades de saúde na Capital
O governador Mauro Mendes (DEM) anunciou, nesta segunda-feira (25), que parte dos recursos necessários para a retomada e conclusão das obras do Hospital Central de Cuiabá virá do dinheiro recuperado com o combate à corrupção no Estado.
A informação foi dada durante o evento em que o democrata apresentou o projeto para a retomada das obras de duas grandes unidades de saúde na Capital: o Hospital Central e o Hospital Universitário Júlio Muller.
“Grande parte do recurso virá de uma parceria que já estabelecemos com o Ministério Público do Estado. Esse dinheiro será arrecado e recuperado do combate à corrupção e será destinado à construção desse hospital”, disse o governador.
Conforme o Executivo, o projeto do Hospital Central será executado pela Secretaria de Estado de Saúde. A obra está orçada em R$ 135 milhões, com mais R$ 100 milhões previstos para a aquisição de equipamentos.
Segundo Mendes, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) já abriu uma conta bancária que já tem R$ 6 milhões, com outros R$ 40 milhões já programados para serem depositados.
“Nessa conta já tem mais de R$ 6 milhões entregues pela Controladoria Geral do Estado [CGE]. Já temos um termo de acordo assinado que depositará agora em novembro mais R$ 20 milhões, e em setembro de 2020 mais R$ 20 milhões. Então, começamos com R$ 46 milhões nesta conta só de dinheiro recuperado de combate à corrupção, feita pelos órgãos de controle”, afirmou.
Mendes afirmou que, além do MPE e da CGE, o Ministério Público Federal (MPF) também se comprometeu com a destinação de recursos.
Estrutura do Hospital Central
Em seu discurso, Mendes revelou que há muita desinformação quanto se trata da estrutura do prédio do Hospital Central. A obra, que fica no Centro Político Administrativo da Capital, já passou por diversas auditorias e, segundo o governador, a estrutura está em perfeita ordem.
“Muitas pessoas dizem por aí: ‘Mas uma estrutura de 30 anos atrás, será que presta?’. As pessoas que falam isso nem sabem onde fica o Hospital Central. No Brasil é assim: tem palpiteiro de plantão sobre tudo, sem conhecer absolutamente nada”.
“Temos um laudo, de um profissional especializado que foi contratado na administração anterior, e nós nos valemos dele – eu pessoalmente estive lá. E é incrível ver como a estrutura do prédio está perfeitamente intacta e poderá ser adaptada”, afirmou.
Segundo Mendes, há uma área de 9 mil metros quadrados já edificados e que serão aproveitados. “Claro, serão necessárias algumas adequações”, disse.
A expectativa é de que até o mês de janeiro o Executivo apresente a licitação para a retomada da obra.
Dados das obras
Para o Hospital Universitário Júlio Müller, segundo o secretário de Estado de Infraestrutura Marcelo Oliveira, o Governo já tem em caixa R$ 96 milhões e aguarda apenas a aprovação da Procuradoria Geral do Estado para abrir licitação para a retomada. “O Governo do Estado já aportou R$ 10 milhões no orçamento, e para o ano que vem já temos o orçamento planejado dentro da Sinfra”, disse Oliveira, sem revelar o valor destinado pela Pasta.
A unidade da saúde, quando concluída, terá 58 mil metros quadrados de área construída. Terá 12 centros cirúrgicos, sendo três pediátricos, três gastrointestinais e seis para cirurgia geral.
Serão 228 leitos de internação, 68 leitos de repouso, 63 leitos de UTI, sendo 25 adultos, 18 pediátricos e 20 neonatal.
O HUJM constará ainda com 85 consultórios; 45 salas de exame, 21 bancos de sangue e triagem, e 53 salas administrativas.
O Hospital Universitário Júlio Müller, feito em uma parceria entre o Governo do Estado e o Ministério da Educação, está com as obras paralisadas desde 2014, dois anos após seu início. A paralisação foi motivada por falhas do consórcio vencedor da licitação, que teve o contrato rescindido por não cumprimento do cronograma. Na época, a unidade estava orçada em R$ 116 milhões, divididos em partes iguais pela União e Estado.
Já o Hospital Central, com obras paralisadas há 34 anos, contará com área construída de 32 mil metros quadrados. Dessas, segundo o Executivo, 23 mil metros quadrados serão destinados para o bloco central – hoje em ruínas.
“Ele será edificado e será feita a correção de infraestrutura necessária. Estima-se que esse hospital em sua capacidade plena será capaz de ofertar 1.990 internações, 652 atividades cirúrgicas, três mil consultas especializadas, e 1.400 exames em geral por mês”, disse o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.