Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
Governador afirmou que decisão deve ser tomada até final do primeiro semestre de 2020
O governador Mauro Mendes (DEM) lamentou não ter cumprido a promessa de decidir o futuro do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) até o final do primeiro ano de sua gestão.
Segundo ele, uma série de empecilhos encontrados impediu que a decisão fosse tomada ainda este ano. Em entrevista à rádio Capital FM, na sexta-feira (13), o democrata disse esperar que a solução seja encontrada até o final do primeiro semestre de 2020.
“Eu realmente disse que em até um ano daria uma solução. Peço desculpas. Não foi possível. Nós criamos uma comissão e tivemos que colocar o Governo Federal, porque tem verba federal, tem financiamento feito pela Caixa Econômica”, disse.
“Apertei muito a minha equipe. Não é uma decisão que o governador acorda inspirado e toma. Isso tem que ter um estudo técnico. Eu quero fazer isso, seguramente, até o primeiro semestre do ano que vem. Eu já fui no “pescoço” dos meus técnicos. Também fiquei irritado. Mas não posso exigir deles que tomem uma decisão sem consistência só porque falamos que tomaríamos uma decisão até o final do primeiro ano”, acrescentou.
Até o momento, a obra já consumiu mais de R$ 1 bilhão. Mensalmente, o Executivo gasta com parcelas do empréstimo feito para a realização da obra.
Segundo Mendes, um novo estudo foi encomendado para saber quanto a tarifa deve custar em Cuiabá e Várzea Grande, caso a obra seja concluída. Atualmente, a passagem de ônibus na Capital custa R$ 4,10.
O democrata disse que sua decisão será baseada em dados técnicos e não políticos.
“Este problema está judicializado. Tem três ações na Justiça. Duas delas com o Ministério Público Estadual e Federal. É uma solução complexa. Então, estamos dizendo, com seriedade, que estamos trabalhando, estamos estudando”, afirmou.
“Não estamos fazendo como foi feito no passado, em que toda hora anunciava a retomada da obra. Nós não vamos ficar com mentiraiada. Estamos estudando o problema e queremos resolver o mais rápido possível. Mas com verdade, com dados, com números, para poder explicar para a sociedade e para todos os atores”, completou.
A obra
Iniciadas em 2012, as obras do VLT estão paradas desde dezembro de 2014. Até então, apenas 6 km dos 22 km dos trilhos foram concluídos.
Orçado em R$ 1,477 bilhão – dos quais R$ 1,066 bilhão já foram aplicados, segundo dados da data base de maio de 2012 -, o contrato com o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande foi rescindido pelo Governo do Estado após a Operação Descarrilho – deflagrada pela Polícia Federal em agosto de 2017 – que apontou indícios de irregularidades no acordo.
Além disso, o Governo instalou processo administrativo para apurar possíveis infrações contratuais e prometeu lançar uma nova licitação para a obra.
Enquanto isso, os 42 vagões vão se deteriorando no Centro de Controle Operacional e Manutenção, que fica próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Comprados quando a obra foi iniciada, os materiais rodantes custam ao Governo cerca de R$ 16 milhões por mês para manutenção.