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Uma série de deputados fez defesa da gestão de tucano e tendência pode ser pela aprovação
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) pediu vista, nesta quarta-feira (18), e adiou para 2020 a análise das contas do ex-governador Pedro Taques (PSDB), referentes ao exercício 2018. A relatora do balancete, Janaina Riva (MDB), pediu a reprovação.
O petista decidiu paralisar a votação após ver uma série de parlamentares se colocarem contra a reprovação das contas. Subiram à tribuna para defender o tucano os deputados do PSDB, Wilson Santos e Carlos Avalone, além de Elizeu Nascimento (PSC) e Max Russi (PSB).
Já Ulysses Moraes (DC) defendeu o parecer dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que pediram a aprovação do balancete.
Tanto Wilson quanto Avalone afirmaram que Taques assumiu um mandato em um dos piores momentos de crise que o País passou. O segundo, por exemplo, ainda citou que os mesmos apontamentos realizados pelo TCE nas contas de Taques devem ser feitas nas contas do governador Mauro Mendes (DEM) referente ao exercício 2019.
Elizeu afirmou que votará pela aprovação das contas pelo fato de Taques ter pagado os benefícios salariais dos servidores públicos, como a Revisão Geral Anual (RGA). “Os servidores eram felizes na gestão do Pedro Taques. Ele, pelo menos, ouvia os servidores”.
Max Russi, que comandou as secretarias de Trabalho e Assistência Social e Casa Civil no Governo Taques, disse que o tucano já foi julgado pelas urnas. Pediu compreensão do momento econômico vivido pela gestão passada.
“Teve falhas e problemas, mas tenho certeza que qualquer Governo com o tamanho da máquina pública que tem em suas mãos, com um orçamento de R$ 20 bilhões, fica difícil chegar nesta Casa sem apontamentos. Todas as gestões têm e as futuras também terão”, afirmou.
“Pífia e ineficaz”
Já Janaina Riva e Valdir Barranco rebateram os argumentos dos favoráveis a Taques.
A deputada disse que Taques tem mais de 21 apontamentos, entre situações graves e gravíssimas. Afirmou ainda que ele, por diversas vezes, ignorou os apontamentos de correção feitos pelo TCE.
Ela afirmou que o tucano levou para o “ostracismo político” 14 deputados que não foram reeleitos em 2018. E pediu que os novos parlamentares analisem com cuidado o seu parecer.
“Acredito que os deputados que assumiram o mandato agora deveriam ter mais prazo para analisar como foi feito esse relatório. Vejam o tamanho arrogância dele, que disse que eu tenho ódio e que preciso de psiquiatria. Demonstra que ele não aprendeu nada com as derrotas que a vida lhe impôs”, afirmou.
“Ele carregou para o túmulo político 14 deputados estaduais. Foram todos para o ostracismos, para o caixão junto com ele. Pela falta de habilidade, falta de diálogo. E sempre tratar pessoas com chantagens. Era comum ouvir aqui nos corredores que o Taques mandava na Justiça e que era para tomar cuidado em votar contra ele”, disse.
Janaina citou que a reprovação das contas pode deixar o tucano inelegível, mas que abre mão dessa opção. Para ela, a população já o descartou da política. Ela classificou a gestão de Taques como “pífia” e “ineficaz”.
Cruel com servidores
Barranco, por sua vez, rebateu os argumentos de Elizeu e Avalone. Para o petista, Taques foi cruel com os servidores. Além disso, afirmou que os novos parlamentares não podem cair na argumentação de que podem ser vítimas, no futuro, de uma decisão parecida.
“Essa história de dizer que não faça isso hoje, porque amanhã você pode ser vitima, não pode ser assim. Não é para isso que estamos aqui e não é isso que a população espera de nós A população espera que os erros do passado sirvam de exemplo para termos uma situação melhor no futuro. O parecer do TCE não é uma imposição sobre nós. Fomos eleitos e é aqui que se define”, afirmou.
“Taques foi, sim, um governo muito cruel com servidores, com Educação. Eu não vou esquecer o que tivemos que fazer aqui para defender os servidores. E não venham com essa história de que Taques foi melhor que Mauro Mendes. Queremos que o Mauro possa, a partir desse exemplo do Taques, corrigir erros. E nós vamos cobrar”, disse.
Ele ainda criticou a decisão do TCE em aprovar as contas da gestão anterior com todos os problemas detectados.
“O TCE tem que tomar vergonha na cara. Os conselheiros têm que tomar vergonha na cara. Eles estão lá para ter um trabalho sério. E esperamos que as contas do Mauro Mendes sejam feitas de forma séria. Para que a população não fique esperando mais e mais governos para corrigir os erros do passado”, afirmou.
Com o pedido de vista, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), deu cinco dias para Barranco devolver o balancete para votação.
Como o Legislativo entra em recesso nesta semana, a peça deve voltar à análise em janeiro de 2020.