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Elizabete Maria prestou depoimento durante cerca de três horas à Deccor nesta terça-feira
A servidora da Saúde Municipal Elizabete Maria de Almeida, que havia acusado o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de subornar vereadores de Cuiabá, prestou depoimento na manhã desta terça-feira (7) na Delegacia de Combate aos Crimes de Corrupção (Deccor).
Conforme apurou o MidiaNews, a servidora admitiu que participou de uma “armação” contra o prefeito. E citou o vereador Abílio Júnior (PSC) como um dos participantes do caso.
Ainda segundo apurou a reportagem, a servidora – que depôs entre 9h e 12h – entregou o celular com imagens e outras mídias ao delegado José Ricardo Garcia Bruno, responsável pelo inquérito. Entre os vídeos, está um encontro da servidora com o vereador Abílio no Hotel Delmond, na noite de 26 de novembro. Na ocasião ainda estariam presentes quatro advogados.
O encontro teria ocorrido um dia antes de a servidora registrar um boletim de ocorrência na Defaz. No B.O. ela relatou que esteve na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante) e presenciou o prefeito pagando uma suposta propina a vereadores de Cuiabá para agilizar a cassação de Abílio, que responde a um processo na Comissão de Ética da Câmara.
No entanto, no depoimento feito a Deccor nesta tarde, a servidora confessou que não esteve na casa do Juca do Guaraná.
O boletim de ocorrência foi encaminhado pela Defaz à recém-criada Deccor, unidade responsável por investigar esse tipo de caso.
Após o caso vir à tona, a servidora, que atua no Recursos Humanos do Hospital São Benedito, foi afastada do trabalho até dia 11 de janeiro alegando problemas psiquiátricos.
A reportagem tentou falar com o advogado Emerson Marques, que defende Elizabete, e com o delegado responsável pelo caso. Os dois se recusaram a passar informações, alegando que o caso corre sob sigilo.
O outro lado
Também procurado, o verador Abílio Júnior disse que os depoimentos da servidora são contraditórios e que ela deverá se explicar às autoridades.
Ele admitiu que esteve com Elizabete no Hotel Delmond, mas a pedido dela. Segundo ele, no dia 26 de novembro, a servidora alegou estar se sentindo mal e pediu para que ele a levasse ao hotel.
“Eu a levei no hotel. Ela estava preocupada. Chamamos a Polícia para fazer a escolta. E a cada minuto em que estive com ela, eu gravei. Eu não conheço essa mulher. Uma semana ela diz uma coisa, na outra diz outra”, disse.
Denúncia de Emanuel
Após tomar conhecimento das acusações, Emanuel Pinheiro protocolou na Assembleia um pedido para que fosse investigada uma suposta tentativa de articulação na Polícia Civil, visando lhe prejudicar.
Emanuel entregou um documento aos deputados Eduardo Botelho (DEM) e Janaina Riva (MDB), relatando que dois delegados teriam recebido a incumbência de “incriminá-lo” com base em um boletim de ocorrência feito pela servidora.
Os delegados, segundo relatou o prefeito, seriam Lindomar Tofoli e Anderson Veiga. Eles teriam sido expressamente orientados a lhe “detonarem”, alegou Emanuel.
Os delegados, no entanto, não teriam visto base sólida nas acusações da servidora e teriam se posicionado contra iniciar a investigação.
Agora, o presidente Eduardo Botelho deve dar encaminhamento à denúncia de Emanuel – seja para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou o encaminhamento dos supostos atos ao Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), do Ministério Público Estadual (MPE).