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Troca de favores: Acordo para fazer parte da base do governo
O deputado Wilson Santos (PSDB) já não consegue enganar mais ninguém com suas piruetas verbais e dissimulações. Ao acertar sua ida de mala e cuia para a base do governador Mauro Mendes (DEM), por exemplo, deu a justificativa que, em contrapartida, Mendes construísse um campus da Unemat em Cuiabá. Ocorre, porém, que esta obra já é uma prioridade do governo e está entre as promessas de campanha do governador. Santos, portanto, pegou carona em algo nobre para, novamente, tentar enganar seus eleitores em particular, e a sociedade em geral.
Antes disso, realizou uma reunião num hotel da cidade para dizer que estava ouvindo sua base, o que de fato foi apenas um movimento para explicar uma posição pessoal que já havia tomado, já que logo em seguida foi a um evento onde compôs o dispositivo governamental e, aos jornalistas, anunciou sua decisão. Ato contínuo, não fez nenhuma manifestação oficial ao seu partido.
O galinho, como é conhecido Wilson Santos, recebeu outro apelido em sua carreira política: Pinóquio. E, pasmem, quem deu este apelido foi o próprio Mauro Mendes, com quem travou uma guerra particular, desde quando o atual governador de Mato Grosso se lançou na carreira política, disputando a prefeitura de Cuiabá, em 2008. Naquele ano, Wilson derrotou Mendes no segundo turno, obtendo 175.038 votos válidos (60,47%), contra 114.432 votos (39,53%) de Mendes que era filiado ao PR e tinha como padrinho político o ontão governador Blairo Maggi.
O enredo da histórica subsequente todos conhecem e, agora, tudo é reescrito sob grossa camada de dissimulação, e uma verdade escondida a sete chaves: A candidatura de Wilson à prefeitura de Cuiabá em 2020
Todos sabem que Mauro Mendes quer sangrar o atual prefeito, Emanuel Piheiro (MDB), que é uma figura em ascenção meteórica e, segundo analistas políticos, deve vencer em primeiro turno, colocando em xeque o reinado de Mendes nos próximos anos. Nada mais providencial, portanto, que bancar mais um candidato à prefeitura, a altura de Wilson, que é capaz de qualquer horror numa campanha eleitoral.
Os sinais trocados podem ser apenas uma dissimulação. Wilson já enfrentou Pinheiro e fez barbaridades que o diminuíram a ponto de quase ser expulso da vida política, tendo arrasadores 14.855 votos para deputado, o que quase lhe deixa sem mandato. Uma candidatura de Wilson a prefeitura neste momento lhe daria a visibilidade necessária, somado aos cargos e à proximidade que passará a ter de toda a máquina do governo do estado.
As articulações ocorrem sob absoluto segredo, até porque existem outros interessados na base de Mendes, omo Fábio Garcia e Gilberto Figueiredo. Mas um sinal claro de que algo está sendo engedrado nesse sentido é que o homem de maior confiança de Mendes, o secretário chefe da casa Civil, Mauro Carvalho, já anunciou que não será candidato à prefeitura. Curiosamente, o anúncio ocorre na mesma semana em que os entendimentos com Wilson Santos pulando para a base do governo se desdobram.
Em tempo: Nas eleições de 2016, quando Wilson concorreu à prefeitura, Mendes declinou do apoio, mesmo tendo o PSDB como aliado. Apenas Virgínia Mendes se manifestou, declarando apoio a Emaneul Pinheiro, que venceu no segundo turno.