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O deputado estadual Thiago Silva (MDB) busca trabalhar e propor ações relacionadas com a inclusão efetiva de pessoas com dificuldades no neurodesenvolvimento (déficits na comunicação e interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados) e proporcionar toda a assistência para esse público específico. Tanto que propôs a implantação de Centro Especializado em Atendimento para Autistas, nesta quarta-feira (26), na Assembleia Legislativa, nos polos regionais de Mato Grosso e, assim, oferecer todo o suporte necessário para pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus familiares.
No caso de Rondonópolis, há duas unidades que atendem autistas que são os Centros de Reabilitação Nilmo Júnior e o de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS) que possuem mais de 200 pessoas na fila de espera. De acordo com a presidente da Associação Rondonopolitana de Pessoas com Transtorno Autista (Arpta) e fisioterapeuta neuro-funcional, Rafaela Virgínia da Silva, infelizmente a entidade possui cerca de 100 pessoas no aguardo de um atendimento.
“Esse atraso de atendimento, acaba regredindo muito, o caso dos pacientes. Eu como terapeuta, sei que o tratamento é a chave para a pessoa com autismo para ser funcional e que vai conseguir estar no meio da sociedade. As pessoas que não tem acesso, a gente fica preocupado com essa situação. São casos que vivenciamos na Associação e que não conseguimos levar o atendimento até à pessoa e ficamos de mãos atadas”, expressa a presidente da Arpta.
Ela conta que chegou a ter contato com mães que buscam tratamento de municípios circunvizinhos, como Poxoréu, Pedra Preta e Itiquira. “Em Poxoréu, já entraram em contato mães que buscam tratamento, pois não tem atendimento para as pessoas com autismo e as demandas estão crescendo muito. Hoje, estamos com 20 profissionais voluntários das áreas de Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia que conseguem fazer de três a quatro atendimentos aos pacientes”, explica.
Estatística
De acordo com dados levantados, em 2021, pela Secretaria de Educação de Mato Grosso (Seduc), foram identificados 814 alunos matriculados na rede pública estadual com alterações do espectro do autismo. “É neste cenário que notamos que precisamos ampliar os serviços de atendimento a esse público específico. Com isso, os Centros de Atendimento aos Autistas vão proporcionar que as pessoas tenham a assistência adequada e vai contribuir no convívio social”, declarou Thiago Silva.
Ludimila de Oliveira, que é mãe de João Francisco, sete anos, conta que o filho foi diagnosticado com autismo quando tinha cerca de três anos de idade. “Nesta idade, percebi que ele era diferente das outras crianças. Era leiga e não tinha muitas informações. Quando fui a um neurologista, houve o fechamento do laudo. Eu senti muito medo como seria daqui para a frente. Uma das preocupações era a inclusão social e o tratamento que não é barato”, relatou a moradora de Rondonópolis que associada na Arpta.
Ela sabe que o filho vai precisar de um tratamento a vida toda e estima um custo mensal de cerca de R$ 4 mil reais. “Me esforço o máximo para pagar a escola para ele poder cada vez mais se desenvolver e ter todo o suporte preciso. Ele faz fisioterapia. Só não foi possível, investir em Terapia Ocupacional. Avalio que um Centro Especializado no município com todo tratamento e com profissionais capacitados é extremamente importante e gratificante, pois precisa e é necessário”, declarou Ludimila.
Thiago Silva ressalta que a reivindicação foi encaminhada para as Secretarias de Assistência Social e Cidadania (Setasc) e de Saúde de Mato Grosso (SES) para garantir a implantação do Centro Especializado de Atendimento para Autistas nos 15 polos regionais de Mato Grosso que são Rondonópolis, Cuiabá, Várzea Grande, Barra do Garças, Primavera do Leste, Nova Mutum, Cáceres, Água Boa, Juína, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Alta Floresta, Guarantã do Norte, Sinop e Vila Rica.