Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
O Projeto de Lei do Deputado Diego Guimarães (Republicanos) que proíbe a exploração do gás de folhelho (também conhecido como “gás de xisto”) em Mato Grosso pelo método de fratura hidráulica ou fracking, será em breve submetido à segunda votação. “É importante ressaltar que somos contra essa técnica de exploração porque coloca em risco a produção agrícola do estado”.
O deputado explica que a metodologia de extração que se quer proibir envolve a injeção de grandes volumes de água misturada com produtos químicos sob alta pressão nas rochas para liberar o gás preso. “Isso representa uma ameaça ao meio ambiente e à saúde pública. Esta técnica tem sido associada a sérios danos ambientais, incluindo contaminação do solo e da água. O objetivo do Projeto de Lei é garantir a sustentabilidade da agricultura, principal expoente da economia mato-grossense”.
De acordo com relatório publicado pela U.S. Energy Information Administration em 2013, o Brasil possuía a 10ª maior reserva tecnicamente recuperável de gás de folhelho do mundo. Pesquisas iniciais da Agência Nacional de Petróleo (ANP) apontam que as maiores incidências deste gás não convencional estão nas bacias do Parecis, em Mato Grosso, numa área que se estende de Campo Novo do Parecis até Sorriso. Além disso também se expande e atinge parte de vários estados como Parnaíba, Maranhão, Piauí, Recôncavo na Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia.
O fraturamento hidráulico consiste em perfurar as finas camadas de folhelho com jatos de água sob pressão. A água utilizada no processo recebe adição de areia e de produtos químicos que mantêm abertas as fraturas provocadas pelo impacto, mesmo em grandes profundidades. Os aditivos mais frequentemente usados totalizam cerca de sessenta substâncias, em sua maioria tóxicas. Na Pensilvânia (EUA), em certos locais próximos a minas de gás de folhelho a água sai da torneira com tanto metano que é possível que entre em combustão. Pela alta pressão envolvida no processo, não há controle para o destino desta água voluntariamente contaminada, que pode atingir não só os depósitos de gás (expulsando-o para superfície) mas também os lençóis freáticos, aquíferos e cursos hídricos.
Ao contaminar de forma permanente os mananciais de água, tanto superficiais como subterrâneos, a técnica de exploração coloca em risco a agricultura e a saúde da população, com claros impactos negativos à economia do Estado. “Mato Grosso está entre os maiores produtores de alimentos do mundo e a água é o insumo principal. Proteger a água é proteger a vida e a agricultura. Tudo isso estaria ameaçado em função da técnica de exploração do gás de folhelho pela fratura hidráulica. A exploração do gás de xisto poderia impactar na produção de dezenas de municípios. Dentre eles, Campo Novo do Parecis e Sorriso que ocupam os primeiros lugares do ranking dos maiores produtores de grãos do Brasil. E esta é a razão de estarmos trabalhando para proibir a utilização desta técnica”, alerta o Deputado Estadual.
*GÁS DE FOLHELHO* – – Popularmente conhecido como “gás de xisto”, tem sua origem na formação de rochas sedimentares derivadas de finos grãos de argila em depósitos de origem marinha ou lagunar devido à baixa intensidade de energia desses ambientes. O gás que se formou entremeado nesse tipo de rocha é resultado da concentração de matéria orgânica que foi depositada ali ao longo de séculos. De acordo com relatório publicado pela U.S. Energy Information Administration em 2013, o Brasil possui a 10ª maior reserva tecnicamente recuperável de gás de folhelho do mundo e grande parte desta reserva concentra-se no Estado de Mato Grosso, em especial na Bacia do Parecis.