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O deputado estadual Júlio Campos (União) recebeu com tristeza a morte do bombeiro militar Lucas Veloso Peres em consequência de afogamento no curso de salvamento ministrado por sua corporação.
Os pais de Lucas, Maria do Carmo e Cleuvimar Veloso Peres, residem em Caiapônia (GO) e vieram a Cuiabá em busca de justiça. O casal foi recebido por Júlio Campos em seu gabinete. O deputado os acompanhou ao Palácio Paiaguás, para que narrassem ao governador Mauro Mendes e ao chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, sua dor e expusessem o motivo que os trouxe a Mato Grosso. Além disso, o parlamentar assegurou aos dois que a Assembleia Legislativa acompanhará com atenção a apuração da causa da morte e a tramitação judicial da ação que deverá ser proposta pelo Ministério Público.
A morte de Lucas não foi a primeira em treinamentos das forças policiais de Mato Grosso. Para evitar que novas tragédias ocorram, Júlio Campos apresentou um projeto de lei que pede a instalação de câmeras de vídeo e áudio para acompanhamento dos cursos policiais e a presença de ambulância no local. Sua propositura recebeu a coautoria de Wilson Santos(PSD).
“Quando buscamos aperfeiçoar as nossas instituições o fazemos sem nenhuma intenção de desqualificá-las perante a opinião pública. É o caso agora com o Corpo de Bombeiros Militar”, pondera o deputado por sua iniciativa para a utilização de câmeras de vídeo e áudio durante os treinamentos da tropa.
Ainda sobre aperfeiçoamento das instituições, o deputado entende que tão importante quanto salvar vidas do chamado público externo, é preciso preservar a vida de quem veste a farda da corporação. “Tenho convicção que as mulheres e os homens dos Bombeiros entenderão meu propósito. De igual modo creio que a cúpula da corporação abraçará nossa ideia, que será benéfica para todos, indistintamente”, complementa.
Imediatamente após a morte do soldado Lucas Velosos Peres, na terça-feira, 27 de fevereiro, Júlio Campos cobrou investigação transparente, rápida e sem corporativismo para apurar responsabilidades. Paralelamente a esse posicionamento, o deputado demonstrou a necessidade de filmagem das aulas, e da presença de uma ambulância no local de treinamento. Solidário com o colega de legislatura, Wilson Santos assinou em coautoria no dia 7 deste mês de março, o projeto de lei propondo essa obrigatoriedade.
O projeto de lei estende a obrigatoriedade aos treinamentos da Polícia Militar e da Polícia Judiciária Civil, exigindo em todos a presença de uma ambulância. A proposta estipula seis meses de prazo para sua implementação após sua transformação em lei e consequentemente sua entrada em vigor.
A morte de Lucas, de 27 anos, causada por afogamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, ganhou repercussão inclusive em Goiás, de onde o bombeiro procedia. O fato aconteceu durante um treinamento de salvamento: Lucas foi socorrido com vida e encaminhado a um hospital particular, onde morreu.
Antes de Lucas, em novembro de 2016, no mesmo local de seu afogamento, o soldado Rodrigo Claro, 21, sofreu afogamento, foi encaminhado a um hospital onde permaneceu internado numa unidade de terapia intensiva por cinco dias, mas não resistiu e morreu no dia 15 daquele mês; o Caso Rodrigo Claro, como se tornou conhecido aquele episódio, terminou em prescrição do processo, que se arrastou pelo Judiciário. Juristas entendem que se as circunstâncias da morte de Rodrigo Claro tivessem sido registradas em vídeo e áudio, haveria responsabilização e a morosidade não o teria empurrado à prescrição.
O tenente aposentado dos Bombeiros Antônio Claro, pai de Rodrigo Claro, entrou em depressão com a morte do filho e tomava medicamentos antidepressivos. Em 10 de dezembro de 2021, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e seu estado de saúde agravou-se. Dezessete dias após sofrer o AVC, Antônio Claro tentou apanhar uma carteira que caiu em uma caixa d’água, em sua residência, em Cuiabá, não conseguiu, afogou-se e morreu.
HISTÓRICO – Júlio Campos destaca queno mundo inteiro o Corpo de Bombeiros Militar é uma das instituições mais respeitadas e que em Mato Grosso, “não é diferente”. O deputado resgata seu histórico com a corporação e sustenta que sua proposta visa somente aprimorar com transparência sua atuação junto ao efetivo.
O deputado recorda que até 10 de outubro de 1994, o Corpo de Bombeiros Militar pertencia à Polícia Militar. Naquela data o governador Jayme Campos – seu irmão e agora senador – sancionou a lei de autoria do deputado Romoaldo Júnior desmembrando-o e lhe conferindo plena autonomia. “Nosso grupo político debateu intensamente a emancipação dos Bombeiros. Jayme (Campos, o governador) ouviu a Assembleia e a bancada federal. O Romoaldo (Junior, deputado estadual) integrava a bancada de sustentação do governador Jayme; à época eu exercia mandato de senador e defendi a desvinculação dos Bombeiros; portanto, faço parte da paternidade de sua criação”, argumentou.
DECRETO – Na sexta-feira, 8, Mauro Mendes anunciou que nesta segunda-feira (11) baixará um decreto com teor idêntico ao projeto de lei de Júlio Campos e Wilson Santos, determinando filmagem dos cursos das forças policiais e a presença de ambulância nos locais onde os mesmos são realizados