Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
Fotos feitas por moradores mostram rachaduras e teto desabando; eles pedem um prazo maior para sair
Pelo menos 54 famílias que moram no Condomínio Terra Nova, em Várzea Grande, terão que deixar as suas casas ainda nesta semana, após a Defesa Civil decretar risco de desabamento na maioria delas.
A notificação ocorreu na terça-feira (29), após uma intensa fiscalização nas residências e nos arredores do condomínio.
“Atendendo a notificação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, esta Coordenadoria nos termos da Portaria supracitada notifica o condomínio Terra Nova Várzea Grande para que no prazo de 48 horas dê ciência para todos os moradores dos imóveis relacionados acima para que desocupem seus imóveis imediatamente”, diz trecho do documento.
A retirada dos moradores deve ocorrer para que seja realizada uma perícia técnica detalhada que ateste a estabilidade das edificações e aterro.
Em fotos divulgadas pelos próprios proprietários dos imóveis, é possível perceber o risco iminente de desabamento.
Em algumas delas é possível ver o chão de uma das casas partido, paredes trincadas, fissuras, teto prestes a cair, além de o muro de contenção do condomínio estar com densas rachaduras, podendo cair a qualquer o momento. Para piorar, parte do encanamento está entupido com terra.
Ao MidiaNews, Edenice Domingues, de 59 anos, contou que mora no condomínio há seis anos e agora não sabe para onde ir com a mãe de 84 anos.
“A minha preocupação maior é que eu saio para trabalhar o dia todo e eu tenho uma mãe de 84 anos que fica em casa sozinha. E de repente a gente se depara com essa situação de que a nossa casa está rachando, cedendo. O estado da minha mãe não deixa ela ficar passando por isso”, afirmou.
“Além da situação de outros moradores que não têm para onde ir. Muita gente suou para comprar a sua casa e ainda está pagando as prestações. Agora terão que sair e alugar outra. Como vamos sair para pagar aluguel e mais a prestação das casas? Sai do orçamento de qualquer um”, lamentou.
Edenice revela que já viu todos os vizinhos chorar por conta da situação e culpa a Construtora Rodobens – responsável pela construção do local – pela situação em que se encontram as casas e a estrutura do condomínio.
“Está todo mundo chorando como se tivesse perdido um parente. É muito triste ver todos os moradores ter que saírem de suas casas, com seus filhos pequenos. Nós gostaríamos que a Rodobens se manifestasse. O problema está no muro mal feito, muro de arrimo que não tem um dreno, foi feito com entulho, não foi compactado. Tem estudos que comprovam isso. A Rodobens [atualmente denominada RNI] está se isentando de nos amparar com a desculpa de que a maioria fez a ampliação da casa. Não é isso, é o terreno que não presta, terreno que eles não compactaram”, criticou.
A moradora ainda faz um apelo para a Defesa Civil da cidade para que dê mais tempo para que se mudem de suas casas.
“Está todo mundo arrumando caixa encaixotando as coisas sem saber para onde vai. Esperamos que a Defesa Civil nos de um prazo um pouco maior, porque ainda não sabemos pra onde ir. Ou vão fazer igual quando tem enchente, que pega todo mundo e joga em um colégio? É assim que vai ser feito? Quarente e oito horas é muito pouco para arrumar uma mudança sem saber para onde ir”.
Outro lado
A RNI divulgou nota sobre o fato na tarde desta quinta-feira. Leia abaixo:
O empreendimento Terra Nova Várzea Grande foi projetado e construído de acordo com todos os parâmetros indicados pelos órgãos competentes. Formado originalmente por 618 casas, o residencial foi entregue em 2009, em perfeitas condições de funcionamento.
A incorporadora esclarece que, após informada pelo condomínio sobre uma notificação da Defesa Civil no mês de julho deste ano, realizou vistoria no empreendimento para apurar as possíveis causas dos danos. Além disso, contratou uma empresa especializada para fazer a documentação fotográfica dos imóveis. A análise in loco indicou que os problemas relatados por moradores envolvem as edificações construídas pelos proprietários, sem participação da construtora.
A companhia não tem conhecimento sobre os métodos construtivos ou processos adotados nas ampliações ou modificações realizadas após a instalação do condomínio.