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Duas bombas queimaram e população precisa recorrer a caminhões-pipa para garantir abastecimento
Há quase um mês, moradores de Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá) voltaram a sofrer com um problema que assombrava a cidade: a falta de abastecimento de água.
Em janeiro de 2018, após a inauguração de um novo sistema de abastecimento, a promessa feita à população era de que os tempos de escassez hídrica, que perduraram por mais de 20 anos, haviam acabado, mas ela foi quebrada.
Os chapadenses estão sem o fornecimento regular desde o dia 13 de outubro, principalmente no Bairro Pôr do Sol e no Centro da cidade.
Conforme o diretor do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Jodemilson da Silva Souza, as duas bombas da Estação de Captação de Água Zelito, inaugurada no ano passado, queimaram.
Por conta disso, comerciantes, por exemplo, precisam acionar caminhões-pipa para continuar trabalhando. É o caso da empresária Ana Margarete da Silva, proprietária do Restaurante Popular, ao lado da Praça Dom Wunibaldo.
“A gente que tem que se virar pedindo caminhão-pipa. E tem horários específicos que eles entregam, porque a rua é muito movimentada”, reclamou.
Ela afirmou ao MidiaNews que está perdendo clientes por causa da falta de água em seu estabelecimento.
“É um prejuízo muito grande. Na hora do movimento, acaba a água, os clientes começam a reclamar da limpeza dos banheiros, começam a faltar as coisas e eles vão embora. Como o meu restaurante tem muito movimento, é um dos primeiros lugares onde acaba a água”, pontuou.
Na casa da empresária, o fornecimento também foi afetado. Segundo ela, a água chega à residência apenas durante três horas por dia.
“Para a gente [que vive] aqui no Centro é muito complicado. Em casa, também, nem se fala. Faz semanas que não tem. Só pinga água e fica por isso. No máximo, tem umas duas a três horas de água e depois acaba”, reclamou.
Promessa de melhorias
O Governo de Mato Grosso entregou a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água do Município em 2018. Na ocasião, o então governador Pedro Taques garantiu que o projeto iria triplicar o volume de água disponível nas torneiras de residências e comércios durante o período de seca.
A obra foi executada pela construtora Nhambiquaras e custou R$ 17 milhões aos cofres públicos.
No entanto, conforme o diretor do SAAE, há um histórico de defeitos nos motores instalados pela construtora. Menos de um mês após a inauguração, segundo ele, as duas bombas da principal estação queimaram.
“Foi inaugurado em janeiro, mas em fevereiro as duas bombas queimaram. Elas foram para a garantia, voltaram e não funcionaram de novo. Só em julho voltaram para cá”, afirmou Jodemilson.
Ainda segundo o diretor, em maio deste ano uma das bombas queimou novamente e o sistema ficou operando apenas com uma. No dia 13 de outubro, o segundo motor também estragou e a estação ficou inoperante.
“Eles venderam um produto que não tem condição de ser usado, não funciona. Em menos de um ano, queimou duas vezes”, apontou.
Medidas provisórias
Jodemilson disse ainda que o SAAE, mesmo não tendo autorização de realizar a manutenção – que seria de reponsabilidade da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) –, está tentando fazer o possível para solucionar o problema.
O diretor afirmou que acionou o corpo jurídico da Prefeitura para conseguir pagar o conserto de uma das bombas para que, até dia 20 deste mês, o abastecimento normal seja retomado.
Porém, outro problema é que as outras duas unidades de captação de água estão operando abaixo da capacidade por falta de água nos mananciais.
“A nossa principal captação está queimada e a outra situação é que não tem água. Por conta disso, a gente está com essa dificuldade”, admitiu.
“Dentro do Centro tem algumas ruas que não conseguimos mandar essa água. Quando ela ganha pressão para subir, eu já tenho que desligar porque não tem mais água”, completou o diretor.
Enquanto isso, o SAAE está enviando caminhões pipa três vezes por semana aos locais mais afetados e também para os moradores que solicitam.
Outro lado
O MidiaNews procurou a construtora Nhambiquaras nesta semana para questionar a respeito da qualidade do material fornecido na obra, mas nenhum diretor foi encontrado para falar sobre o assuntio. Também não houve retorno da empresa, mesmo a reportagem fornecendo um telefone para contato.