Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
A Rodoviária de Cuiabá, ponto de entrada ou saída de várias pessoas que vão e vem da capital mato-grossense, virou um ‘camping improvisado’ para os 22 indígenas venezuelanos que vieram tentar a sorte no Brasil. Na busca de fugir da extrema pobreza e, principalmente, da fome, eles afirmam que precisam apenas de um trabalho para que possam se manter, contribuir com a sociedade e realizar o sonho de uma nova
A reportagem do Olhar Direto esteve no ‘acampamento’ improvisado pelos venezuelanos ao lado da Rodoviária de Cuiabá. Lá, conversou com o representante do grupo, que é formado por 17 adultos e cinco crianças. O principal pedido: um emprego.
“Nós estivemos em bastantes cidades. Primeiro foi Manaus (AM), de lá seguimos para Porto Velho (RO) e agora estamos em Cuiabá. Nossa intenção é procurar trabalho. Pode ser como carregador, na Venezuela ficávamos em uma região de porto. Fazemos o trabalho braçal sem problemas, queremos uma oportunidade”, disse Jesus Enrique, de 24 anos, representante do grupo e o que fala melhor português.
Jesus pontua que a situação em que vivem não é das melhores, mas supera e muito o que era vivido na Venezuela. “Lá, se trabalhássemos um dia, era apenas um dia de comida que você tinha. Aqui, com R$ 5 você consegue comprar um pacote de arroz ou outra coisa. Aqui é muito melhor que na Venezuela. Com apenas um pouco, já podemos comprar comida. No meu país, não dava para comprar um ovo”.
A Assistência Social da Prefeitura de Cuiabá esteve no local na tarde desta sexta-feira (10), com a intenção de cadastrar os estrangeiros e ouvir as suas demandas. Um dos pedidos era para que o Executivo arrumasse uma casa grande, em que todos pudessem se acomodar e que desse para eles três meses para que arrumem um trabalho e consigam se sustentar.
“Não queremos ficar vivendo de esmolas. Todos gostamos de trabalhar muito. Os homens e as mulheres. Precisamos de uma oportunidade”, finalizou o venezuelano.
Outro pedido feito aos assistentes sociais é a possibilidade de que eles façam carteira de trabalho, para que consigam arrumar um emprego facilmente.
A maioria dos que lá estão são familiares (primos, sogros, cunhados, entre outros). Alguns deles já estão há mais de um ano no país, em busca do sonho de fugir da extrema pobreza e de conseguir dias melhores.
Em meados de dezembro, a Prefeitura de Cuiabá se manifestou a respeito da falta de vagas no Centro Pastoral para Migrantes. Segundo o município, desde o início da vinda dos venezuelanos para o país, há um empenho bastante grande para atendê-los. Porém, destacou que esta é uma realidade nacional. Por conta disto, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) prepara um decreto para proporcionar um melhor atendimento aos estrangeiros que chegam a capital mato-grossense.