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Na sessão desta quinta-feira (11), a vereadora Edna Sampaio apresentou indicação à Secretaria Municipal de Saúde para que seja feita inclusão dos professores e dos trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19.
A parlamentar informou que esteve reunida nesta quarta (10) com o promotor de justiça de Mato Grosso, Alexandre Guedes, debatendo ações conjuntas de fiscalização entre Câmara Municipal de Cuiabá e o Ministério Público sobre o programa de vacinação na capital.
Na indicação, ela alerta que 30 professores já foram vítimas da COVID-19 em Mato Grosso, e que até o momento não se sabe quando acontecerá a vacinação da fase 4, onde está prevista a imunização da categoria.
Também avalia que o retorno às aulas sem imunizar esta parcela da população é “um ato de extrema irresponsabilidade, tendo em vista que os alunos servirão de vetores de contaminação para os profissionais da saúde e de seus familiares”.
Durante a sessão, Edna Sampaio reiterou o pedido para que as informações sobre a vacinação na capital sejam repassadas pela prefeitura tanto à Câmara quanto ao Conselho Municipal de Saúde.
Ela apresentou oito indicações e três requerimentos, um dos quais foi direcionado à Secretaria Municipal de Educação pedindo informações sobre a estrutura das escolas municipais para a realização do ensino remoto.
A parlamentar criticou as diversas falhas que estão ocorrendo no processo de ensino desde que as aulas foram suspensas devido à pandemia e seu impacto sobre a aprendizagem.
A convite da vereadora, a pesquisadora Lígia Regina de Oliveira, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), participou da sessão discutindo os dados do 5º Informe Epidemiológico de 2021 sobre a Covid-19, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, com dados referentes ao período de 14 de março de 2020 a 06 de fevereiro de 2021. Ela coordena o projeto de extensão “Difundindo informações sobre a Covid-19”.
Com 48.071 notificações de Covid-19, a capital concentra 21% dos casos e 26% dos óbitos no Estado, apresentando taxa de incidência superior à média estadual.
De acordo com os números, embora a taxa de infecção seja mais elevada em pacientes de 30 a 39 anos, os idosos respondem por 69,5% dos óbitos, 44% das internações e 14% dos casos.
As informações indicam também crescimento nas mortes a partir de dezembro, situação e persistiu nos primeiros meses de janeiro e início de fevereiro, destacando-se o crescimento entre crianças e adolescentes.
A taxa de óbitos por dia passou de 2,3 em dezembro para 5 óbitos em janeiro e 5,6 em fevereiro.
De acordo com a pesquisadora Lígia Regina, “foram registradas comorbidades (principalmente diabetes, hipertensão e doenças do coração) em 30% dos casos de Covid na capital, assim como em 60% das internações e em 77% dos óbitos, o que mostra a variação entre a presença de doenças e a gravidade da Covid. Este é só um dado proporcional, mas, mesmo assim já mostra como é diferente esta proporção em cada grupo”.
Os indivíduos negros representam 71% dos casos, 73% das internações e 79% dos óbitos.
A vereadora comentou o crescimento do número de casos entre adolescentes, (que subiu 1.200% e entre crianças), que registrou alta de cerca de 800%, e enfatizou a importância de que a Casa de Leis observe os indicadores emitidos pelos órgãos oficiais e não despreze os números embora as crianças apresentem risco menor de óbito.
Para ela, o fato de a prefeitura se recusar a divulgar os dados é “uma atitude que fere a constituição, a prerrogativa desta casa”, que, segundo ela, precisa ser mais respeitada. “Nós precisamos fazer com que a casa legislativa seja respeitada e isso significa o poder executivo respeitar as prerrogativas de fiscalização dos vereadores e vereadores da Casa”, disse.
A vereadora apresentou indicação de criação de uma ala específica e leitos de UTI para tratar pacientes suspeitos da COVID-19 no Hospital Municipal de Cuiabá e pediu a retomada do atendimento a pacientes de hanseníase em Cuiabá, informando que recebeu denúncia sobre a falta de equipe médica especialista e de medicamentos nas unidades de saúde.
Segundo dados da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica de Mato Grosso, em 2020 Cuiabá registrou 176 novos casos de hanseníase.