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Pessoas portadoras do vírus HIV estão desde dezembro sem fazer exames que medem a carga viral. Sem os testes, não é possível verificar a eficiência dos tratamentos e também pode restringir ao cesso a medicação.
Lilith Prado, presidente da Associação das Travestis de Mato Grosso, conta que tem recebido constantes reclamações de pessoas que precisam do exame e não conseguem realizar no Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac). Segundo ela, pelo menos 80 pessoas estão na mesma situação e preocupadas com a demora
Os exames questionados pelos pacientes são feitos semestralmente e medem a atividade do vírus no organismo infectado. Também mostram se a medicação adotada está sendo eficiente ou se precisa de ajustes. “Estamos recebendo muitas reclamações que desde dezembro elas não estão conseguindo colher material para exame de carga viral a cd4 e cd8. Isso é fundamental para dar continuidade ao tratamento. Porque se ela não tiver o resultado desse exame em 6 meses, o próprio Ministério da Saúde corta a medicação dela”, explica a presidente.
De acordo com a ativista, exames de todo o estado são feitos no Cermac, em Cuiabá. Quando os pacientes ligam para fazer agendamento, o atendente já avisa que não estão marcando os exames, pois não há material laboratorial.
A reportagem do ligou para o Cermac perguntando sobre os agendamentos e foi informada que não estão marcando e nem têm previsão de retomada. Segundo a funcionária do local, não há como definir uma data para coleta sem saber quando os materiais necessários irão chegar.
“Tenho uma grande demanda de reclamações e o que eu posso fazer? Isso é fundamental, porque não adianta ter remédio se não tem exame. Como fazer o controle? E um paciente, como vai fazer a carga viral dele? Vai começar o tratamento às cegas? Estamos falando de vidas. É muito sério isso. Sem o exame, ela vai tomando a medicação achando que está fazendo efeito e não está, quando for ver a carga viral vai estar lá em cima. É muito grave”, destaca travesti.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) foi procurada e informou que não faltam insumos. Negou anormalidade nos agendamentos. Posteriormente, encaminhou outra nota informando que os agendamentos serão feitos à partir do dia 5 de maio.
“A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) esclarece que não faltam insumos para realização do exame de carga viral no Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac). O órgão pontua ainda que o atendimento ocorre normalmente na unidade mediante agendamento prévio.
É importante esclarecer que o material fica armazenado no estoque do MT Hemocentro – localizado no mesmo complexo do Cermac – e só é disponibilizado de acordo com a quantidade de pacientes agendados para aquela data. Pacientes não agendados que procuram pelo serviço são orientados a agendar o atendimento em outra data”.
Segunda nota
“Os exames de carga viral estarão sendo agendados a partir do dia 05 de maio, devido à disponibilidade de profissionais do ambulatório do Cermac. O agendamento futuro não é prejudicial aos pacientes, tendo em vista que todos estão dentro do prazo previsto para realizarem a carga viral, que varia de três a seis meses. Outros atendimentos e exames estão sendo realizados normalmente na unidade”.