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Pelo menos 20 agentes da Polícia Federal (PF) cumprem diligências na casa do ex-prefeito de Rio Branco, Antônio Xavier de Araújo, o Totonho (PSC), na sua empresa, uma garagem de revenda de veículos usados, na casa de uma sobrinha dele e também na prefeitura da pacata cidade de 5,1 mil habitantes. O alvo da investigação são contratos firmados com a NS Construtora para obras de infraestrutura, como asfalto, além da construção de um portal na entrada da cidade, obra que ainda está em andamento, orçada em R$ 250 mil.
A sobrinha do ex-prefeito que era casada com o ex-secretário de obras (já falecido) também é alvo da operação, uma vez que o ex-secretário também estaria envolvido nas irregularidades que estão sendo investigadas. Os policiais federais estão olhando documentos relativos aos contratos, planilhas de pagamentos e outras informações em computadores da Secretaria Municipal de Planejamento.
Mais de R$ 367 mil em cheques assinados foram apreendidos pela PF. Eles foram emitidos 2018 e 2020 com valores diferentes que vão de R$ 17,5 mil até R$ 67,8 mil. O pagamento em cheques também chama atenção uma vez que os pagamentos relativos às obras ocorrem via sistema. O ex-prefeito Totonho é dono da Rio Branco Veículos, empresa que ele sempre esteve à frente mesmo quando exercia o mandato eletivo.
Era comum ele postar em suas redes sociais fotos ao lado de clientes que compravam veículos na empresa que agora também é alvo dos agentes da PF. No local, foram apreendidos um Honda Civic e uma Eco Sport. Os carros foram levados para a unidade do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Cáceres.
FOLHAMAX conversou com o atual prefeito Luiz Carlos (PSDB), que está na sede da prefeitura acompanhando o cumprimento do mandado de busca e apreensão. “Eu fui pego de surpresa aqui, não quanto a minha administração que nada tem a ver com essa operação, é que não esperava. Os policiais ainda estão aqui, estão na garagem do Totonho, estão na residência da sobrinha do Totonho. Está meio complicado, mas é uma ordem judicial e que não tem nada a ver com a gestão atual. Todos os problemas aqui estão relacionados à administração anterior”, relatou o gestor.
Os agentes da PF estão buscando diversos contratos assinados em anos anteriores como 2015, 2016 e nos anos subsequentes. A ex-secretária de Planejamento na gestão de Totonho também foi chamada pela Polícia Federal para prestar depoimento e esclarecer algumas informações relativas aos contratos de interesse da investigação.
PARTICIPAÇÃO DO GAECO
A operação da PF foi realizada em conjunto com o Gaeco de Cáceres e Promotoria de Justiça de Rio Branco. Conforme o Gaeco, as investigações apontam para um suposto esquema de desvio de recursos do Município com a utilização de “laranjas”.
O inquérito policial, instaurado pela Polícia Federal com base em investigações conjuntas com o Gaeco de Cáceres e a Promotoria de Justiça de Rio Branco, apurou que mais da metade dos valores inicialmente contratados com a Prefeitura para execução de obras no município eram repassados da empresa contratante para contas pessoais de servidores públicos municipais.
O esquema criminoso contaria ainda com aditamentos contratuais objetivando aumentar o valor final da obra. A investigação aponta indícios de autoria e materialidade dos crimes de responsabilidade, de corrupção passiva previsto no artigo 317 do Código Penal e de corrupção ativa previsto no artigo 333 do Código Penal.
POLÊMICA NAS ELEIÇÕES
O ex-prefeito não disputou as eleições de 2020, mas ganhou destaque por tentar fazer um sucessor e gravar áudios incitando que seus aliados e apoiadores atacassem os adversários, inclusive com tiros para o alto. Na época, Totonho orientou que os aliados soltassem foguetes e efetuassem uns tiros junto. Para o gestor, que encerrou o mandato em 31 de dezembro de 2020, valia tudo para ganhar a eleição. Contudo, o candidato dele foi derrotado para o atual prefeito.
WELINGTON SABINO – Folha max