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A Ouvidoria do Ministério Público do Estado (MPE) recebeu, até a tarde desta segunda-feira (21), mais de 30 denúncias contra o concurso da segurança pública em Mato Grosso, realizado no domingo (20). Ausência de detectores de metal, celular vibrando em sala de aula e selfs (autofotografia) realizadas no local das provas estão entre as irregularidades apontadas e que serão analisadas por meio do Núcleo de Promotorias da Cidadania. Um grupo de candidatos já se organiza para ingressar com pedido de cancelamento do certame realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), contratada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Diversos candidatos, ouvidos pela reportagem, relataram irregularidades. Além das já citadas, descrevem a ausência do colhimento de digital, conversa entre os candidatos dentro e fora das salas onde as provas eram aplicadas. Até mesmo empresas com CNPJ apareceram na lista de inscritos para o cargo de soldado da policial militar.
Candidata ao cargo de escrivã, M.V.L.M, 23, fez a prova em uma escola na região central de Cuiabá e conta que só não consultou seu material de estudo porque não quis, já que na sala, durante toda a prova, ficou apenas uma fiscal, que chegou a sair do local para levar outro candidato ao banheiro. “Vi gente revisando apostilas dentro da sala, antes do início da prova e houve quem desligasse o celular também. Escutei som de vibração que, provavelmente, era do celular de algum candidato. Mas todos ficaram quietos, inclusive a fiscal”.
Também prestando prova na intenção de ser uma escrivã da Polícia Civil, N.R., 29, conta que os fiscais da sala onde estava realizando o certame informaram que o tempo já tinha sido encerrado e recolheram as provas de todos. “Quando estávamos saindo vimos que os demais candidatos das outras salas ainda estavam fazendo a prova. Voltamos para reclamar e aí que notaram que haviam se equivocado. Nos entregaram a prova e voltamos a fazer. Eu estava terminando a redação”.
S.R.T., 23, prestou prova para investigador da PJC em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). Relata que assim como ocorreu em Cuiabá, em todas as escolas da cidade onde as provas foram aplicadas foram registrados problemas graves.
Segundo ele, as cadeiras não eram marcadas, os candidatos podiam sentar em qualquer local. Também estranhou não haver coleta de digitais e os fiscais não falarem nada diante de candidatos conversando durante a realização do concurso. “Não tinha detector de metal, que é o mínimo que se espera para um concurso da segurança pública”.
Candidatos pedem um novo certame
Grupos formados em aplicativo de conversa organizam pedidos formais para o cancelamento do certame e a realização de uma nova prova. Candidatos aos cargos nas Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) estão formulando pedido e irão protocolá-lo junto aos órgãos responsáveis pelo certame, não descartando, inclusive, ação judicial.
“Estou estudando há 8 anos para entrar na segurança pública e não é justo eu perder a vaga que poderia ser minha para alguém que simplesmente burlou o sistema falho de segurança desse concurso”, relata F.N., 31. Acostumada a prestar concursos desde os 20 anos de idade, afirma que nunca presenciou tamanha desorganização em um certame.
Outro lado
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) esclarece que embora seja responsável pela realização do concurso, contratou a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para que fosse feita a aplicação das provas. Sendo assim, os questionamentos devem ser feitos à universidade.
Destaca que em relação ao caso de fraude, a Polícia Civil, por meio do Núcleo de Inteligência, teve resposta rápida a um caso ocorrido em Cáceres. Os 4 suspeitos foram presos antes mesmo de terem acesso à sala de aula e à prova do concurso.
A UFMT foi procurada pela reportagem mas, até o fechamento desta edição, não se pronunciou.
Fonte: Gazeta Digital