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O laboratório de refinamento da droga descoberto na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia faturava até R$ 100 milhões por mês. A estimativa é da Polícia Federal.
O local foi descoberto e destruído na segunda-feira (28) durante a Operação Guaporé. O laboratório ficava Parque Nacional de Noel Kempff, no país vizinho.
O delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF, Jorge Gobira, explicou que a megaestrutura tinha a capacidade de produzir até 10 toneladas de cocaína refinada por mês.
Pela imensa quantidade da droga é muito provável que ela não ficava no Brasil, uma boa parte dela era exportada e um dos principais destinos é sim a Europa
“Pela imensa quantidade da droga, é muito provável que ela não ficava no Brasil. Uma boa parte era exportada e um dos principais destinos era a Europa”, afirma.
O comandante da Gefron (Grupo Especial de Fronteira), tenente-coronel Fábio Ricas, explicou que a operação na Bolívia foi de alta complexidade e ocorreu de forma sigilosa até o dia da invasão. Na ação, apenas quatro pessoas foram presas, sendo um brasileiro, dois bolivianos e um colombiano.
Ricas explica que a falta de integrantes da organização no momento da ação policial ocorreu devido ao recesso de Carnaval.
Apesar da megaestrutura capaz de produzir o montante de droga, os policiais bolivianos só apreenderam cerca de 160 kg de cocaína no local.
“Foram mais de 40 policiais envolvidos na investigação de extrema complexidade, no sentido de que o sigilo foi mantido até minutos antes da entrada da polícia boliviana no território”, relata.
O comandante também contou que para conseguir surpreender os criminosos, os policiais precisaram despistar os chamados “olheiros” do tráfico. Essas pessoas são responsáveis por monitorar a Polícia e viabilizar o tráfico de forma segura para os lideres da organização.
Invasão e prisões
A Polícia Federal e o Gefron de Mato Grosso atuaram na operação mais no repasse de informações, como explica o comandante Ricas. Segundo ele, os relatórios de inteligência produzidos pelas equipes “levaram à conclusão de que ali [na Bolívia] havia um laboratório”.
Por se tratar de uma região remota na Bolívia, cercada pela floresta, os agentes bolivianos fizeram uma força-tarefa com a ajuda de helicóptero, viaturas e embarcações para chegar até o laboratório.
Como havia chovido muito na região pouco antes da invasão, árvores caíram no Rio Guaporé e impediram a passagem dos barcos. Por isso, houve o apoio aéreo e terrestre.
Como os policiais maro-grossense não tinham autorização para agir no país vizinho, eles apenas receberam os relatos da Polícia boliviana. A eles, as autoridades narraram que os quatro homens foram pegos de surpresa enquanto se movimentavam no laboratório.
Eles não estavam armados e não houve tentativa de reação. No local não foi encontrado nenhum armamento e, após serem presos, todos foram encaminhados para a cidade de Santa Cruz de La Sierra.
Os quatro, incluindo o brasileiro, irão responder na Justiça da Bolívia.
Fonte: Mídia News