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O MidiaNews teve acesso aos nomes dos noves alvos, entre eles, seis advogados indiciados pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf) em um suposto esquema de apropriação indébita de valores de indenizações, extorsão e falsificação.
Os advogados indiciados são: Dagnel Correa Costa Júnior, Nychollas Andrenio Silva Luz, Thiago de Moraes Fávero, Vinicius Yule Pardi, Jean Cláudio Rodrigues Silva e Beatriz Barbosa Perozo.
Dagnel foi indiciado pela suspeita de ter cometido os crimes de apropriação indébita e estelionato. Já Nychollas, Thiago, Vinicius, Jean e Beatriz foram indiciados pela acusação de associação criminosa, extorsão, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.
As investigações, que estão sob sigilo, foram encaminhadas ao Poder Judiciário na última semana.
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A Polícia Civil ainda indiciou o policial militar Lorran Burin Dantas de Figueiredo por associação criminosa, extorsão, falsificação de documento, uso de documentos falsos e violação de sigilo funcional. Lorran foi alvo recentemente da Operação “Mahyas”, que desarticulou uma quadrilha especializada em roubos de gado e propriedades rurais em Mato Grosso. Ele é monitorado por tornozeleira eletrônica.
O bacharel em Direito Danilo Jorge dos Reis e Silva, irmão de Dagnel, e a ex-namorada de Lorran, Bárbara Menino de Souza Araújo, também foram indiciados por associação criminosa, extorsão, falsificação de documentos e uso de documentos falsos.
De acordo com as investigações, Dagnel ia a bairros nos arredores da Capital e cooptava clientes para ingressar com ações por danos morais contra empresas de telefonia, de TV por assinatura, serviços públicos de energia e saneamento, bancos, entre outros.
Segundo a Polícia Civil, após ajuizar as ações na Comarca de Cuiabá, algumas sem o consentimento das vítimas, o advogado não repassava os valores recebidos nas indenizações, apropriando-se indevidamente do dinheiro. Em seguida desaparecia, trocando o número telefônico a fim de dificultar sua localização.
Durante as investigações, onze clientes foram ouvidos e confirmaram terem sido vítima do advogado.
No interrogatório, Dagnel confessou ter recebido os valores das ações e afirmou que parte das indenizações foi repassada a advogados que se passavam por representantes das vítimas. Estes advogados também foram indiciados.
Ele descobriu na delegacia que, na verdade, ele próprio havia sido vítima de fraude por parte do grupo formado por outros colegas de profissão, instante em que manifestou interesse em representar criminalmente contra eles.
Associação criminosa e falsificação
A Polícia Civil acusa os outros cinco advogados – Nychollas, Thiago, Vinicius, Jean e Beatriz – de se associarem ao policial militar Lorran e ao bacharel em Direito Danilo para extorquir Dagnel caso ele não passasse uma parte do que havia se apropriado das vítimas.
Os investigadores acusam este grupo de se utilizar de recibos e procurações falsas, passando-se por representantes ou procuradores das vítimas, a fim de ludibriar o advogado.
Em interrogatório, Danilo confessou o crime e relatou que a fraude teve início depois de ele saber dos clientes de seu irmão que não haviam recebido os valores das ações.
O PM também confessou dizendo que se associou a Daniel a fim de cobrar os valores levantados por Dagnel, se passando por supostos advogados das vítimas.
Ele ainda afirmou que solicitou a sua ex-companheira Barbara para que reproduzisse/falsificasse as assinaturas nas procurações.
O policial militar ainda afirmou que os valores recebidos de Dagnel, por meio da fraude, eram divididos entre todos, sendo que os advogados ficavam com valores entre R$ 700 a R$ 1 mil e o restante era repartido entre ele e Danilo.
Segundo o policial militar, sua ex-namorada Barbara não tinha participação no lucro, porém, ele a ajudava financeiramente, de forma habitual, com pequenos valores.
Outro lado
Ao MidiaNews, o advogado Dagnel Correa Costa Júnior declarou que só irá se manifestar sobre o caso na Justiça.
A reportagem não conseguiu contato com os demais envolvidos.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) declarou que todas as denúncias de infrações éticas e disciplinares são encaminhadas ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para apuração e regular processamento.
Fonte: Mídia News