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O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Jonildo José de Assis, saiu em defesa da corporação e dos policiais militares que foram alvo da “Operação Simulacrum” deflagrada nesta quinta-feira (31).
“O que estão fazendo com os nossos policiais é um absurdo. Eles estão sendo acusados de execuções, quando atuavam em defesa da sociedade e da própria vida”, afirmou o militar.
A Polícia Civil deflagrou a Operação Simulacrum para cumprir 81 mandados de prisão temporária contra policiais militares e 34 mandados de busca e apreensão. Segundo as investigações, o grupo de militares teria atuado na morte de 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro pessoas.
O que estão fazendo com os nossos policiais é um absurdo. Eles estão sendo acusados de execuções, quando atuavam em defesa da sociedade e da própria vida
Na avaliação de Assis, são fatos tirados de um contexto os casos de homicídios, foram registrados em boletins de ocorrência. Estes, se tornaram inquéritos na PM sob o controle do Poder Judiciário e Ministério Público.
“Os nossos policiais e oficiais estavam no combate, em defesa da sociedade. Agora, quem protegeu, resguardou o cidadão de bem, é taxado como bandido. Isso é uma inversão de valores que não vamos permitir que aconteça”, ressaltou
“Cada caso deve ser investigado em separado. Agora juntaram todo mundo, como se fosse uma grande quadrilha. São homens que colocam todos os dias a própria vida para defender a sociedade. Que estão frente a frente com bandido. Que saem de casa e não sabem se irão voltar, porque tem como único objetivo proteger o cidadão”.
“Agora estão todos com o nome e sobrenome expostos na imprensa e o bandido que mata, estupra e rouba não pode divulgar o nome, o rosto a profissão, porque a lei protege. Defendo a instituição, meus homens e suas prerrogativas e o direito a ampla defesa e o contraditório, ninguém pode ser considerado culpado antes de uma sentença condenatória definitiva”, ressaltou.
Todos os policiais investigados são ou já estiveram lotados nos batalhões Rotam, Bope e Força Tática do Comando Regional, unidades consideradas especializadas dentro da PM.
Imagem da corporação
Assis condenou a ação da Policíai Civil, disse que a operação “fortalece a criminalidade” e afasta a confiaça da sociedade na Polícia Militar.
“Quem vai querer ser um policial militar de ponta? Quem vai querer ir para a rua proteger a sociedade de uma ameaça real? Quem irá para um confronto ou entrar na mata para capturar criminosos, se não tem a certeza que o sistema está ao lado dele? Quem terá a coragem de proteger o cidadão quando este estiver ameaçado por um bandido armado?”, questionou.
Agora estão todos com o nome e sobrenome expostos na imprensa, e o bandido que mata, estupra e rouba não pode divulgar o nome, o rosto porque a lei protege
“Não defendemos ilegalidade, não defendemos nada que vá contra as leis e nossos regimentos. Mas não podemos permitir que a imagem dos nossos homens seja jogada na lama. Eles estavam no exercício da função. Policial tem família e nenhum sai de casa para matar ninguém. Nem entra na viatura e diz ‘hoje vou matar um bandido’ porque vai passar boa parte de sua carreira respondendo na Justiça. Força letal só é usada para defender o cidadão ou a própria vida”, disparou.
Ele ainda afirmou que desde o início da operação a Polícia Militar através da Corregedoria e dos Comandos Regionais envolvidos estão acompanhando todas as conduções e oitivas.
“Além disso, as associações ASSOADE, ACS disponibilizaram equipes jurídicas para acompanhar os nossos policiais militares e que eles não estão sozinhos”.
O comandante afirmou ainda que a PM é única instituição presente nos 141 municípios e que trabalha diuturnamente em prol da sociedade “e conclama que essa mesma sociedade continue confiando na Polícia Militar, afinal são 187 anos defendendo a sociedade mato-grossense”.
Entenda
A operação faz parte das investigações realizadas em seis inquéritos policiais, já em fase de conclusão, relativos a supostos “confrontos” ocorridos na Grande Cuiabá.
De acordo com as investigações, os militares envolvidos contavam com a atuação de um colaborador que cooptava interessados na prática de crimes como roubos e furtos. Na verdade, os PMs “armavam uma emboscada” com o pretexto para matá-los.
Após atraí-los a locais ermos, onde já se encontravam os policiais militares, eram mortos, sob o falso fundamento de um confronto. Os responsáveis pela apuração dos fatos reforçam que há farto conteúdo probatório que contrapõe a tese de confronto apresentada pelos investigados.
As investigações indicam que a intenção do grupo criminoso era a de promover o nome dos policiais envolvidos e de seus respectivos batalhões.
As investigações são conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) com o apoio do Ministério Público, conduzido pelos promotores de Justiça que atuam no Núcleo de Defesa da Vida.
Fonte: Mídia News