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Empresa de Jandir Milan ganhou mais de R$ 34 milhões em contratos com a Secretaria de Administração
O empresário Jandir Milan, dono da Ábaco Tecnologia da Informação e ex-presidente da Fiemt (Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso), oferecia “facultativa” e “espontaneamente” o pagamento de propina aos gestores da Secretaria de Estado de Administrativa (SAD) para manter contratos com a Pasta.
A acusação foi feita pelos ex-secretários César Zílio e Pedro Elias, que atuaram no Governo Silval Barbosa, no bojo de uma ação policial que deu origem a uma ação civil pública do Ministério Público Estadual (MPE) por improbidade administrativa.
Além do empresário e os ex-secretários, também são alvos da ação, o ex-secretário-adjunto José Nunes Cordeiro e o servidor Bruno Sampaio Saldanha.
A Ábaco ganhou vários processos licitatórios na SAD, entre 2011 e 2013, no valor total de R$ 34,1 milhões para prestar serviço de mão de obra em tecnologia da informação. Segundo MPE, os processos foram fraudados mediante direcionamento e os preços, superfaturados para possibilitar o pagamento de propina aos gestores.
“De acordo com César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingos de Melo em declarações prestadas no bojo do Inquérito Policial, Jandir Milan, proprietário da empresa Ábaco Tecnologia da Informação Ltda., facultativa e espontaneamente ofereceu o pagamento de propina aos gestores da Secretaria de Administração para que os pagamentos do Governo com a empresa não sofressem atrasos, bem assim, para que a parceria existente continuasse”, diz trecho da ação.
Propina no banheiro
César Zilio afirmou que quando assumiu a Secretaria, em 2011, foi procurado por Jandir Milan que lhe pediu para que os pagamentos do contrato não sofresse atraso. O ex-secretário disse que entendeu que Jandir falava em retorno, mas não houve acerto de valores.
“Que o pagamento da propina aconteceu na sequência, sempre de forma aleatória e voluntária por parte de Jandir; Que Jandir ia até a SAD, sem avisar, sem regularidade, levando ao interrogando as propinas em dinheiro; Que Jandir sempre entrava na sala do interrogando e se dirigia até o banheiro, deixando dentro um envelope grande, em espécie, os valores pagos a título de propina feito por Jandir Milan”, disse César Zílio.
Pedro Elias também disse que foi procurado por Jandir Milan assim que assumiu a Secretaria de Administração, em 2014. Naquela época, segundo o ex-secretário, foi constatado que os contratos com a Ábaco estavam com valores muito altos. Para que a SAD não reduzisse os valores, segundo Pedro Elias, o empresário lhe ofereceu o pagamento de propina mensal de R$ 20 mil.