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Crime ocorreu no dia 28 de setembro do ano passado, no Bairro Bosque da Saúde
A família do jornalista Marcelo Ferraz, que foi morto a padradas em setembro do ano passado, está revoltada com a soltura do assassino confesso Jonh Lennon da Silva.
O alvará de liberdade foi expedido pelo juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, na terça-feira (7), em decorrência de um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça, em 17 de dezembro do ano passado.
Para o irmão da vítima, o empresário Guto Ferraz, fica o sentimento de impunidade e descrédito com a Justiça.
“O cara matou o meu irmão a pedradas, confessou o crime e foi solto. Isso eu nunca vi. Foi a pior coisa que recebemos, com muita tristeza. Ficamos até desiludidos com a Justiça desse Brasil”, afirmou.
“Foi muito desrespeito com a sociedade o que esse desembargador fez. […] Isso é uma sacanagem muito grande com a sociedade, com todo mundo. Isso me deixa pior do que eu já estava”, completou.
A decisão foi tomada pela Primeira Câmara do Tribunal e teve o desembargador Marcos Machado como relator.
A justificativa apresentada na decisão não foi o suficiente para o empresário. Segundo ele, Marcelo ser assassinado a pedradas foi o pior tipo de crime que poderia ter acontecido.
“Eu gostaria de saber se o desembargador aceitaria, se acontecesse alguma coisa com o filho dele, se matassem o filho dele a pedradas, e falassem que o crime não é grave”, questionou Ferraz.
Apesar da crítica de Ferraz, na decisão a Primeira Turna reconheceu a gravidade do crime. A turma entendeu que a prisão do réu foi baseada em “conceitos genéricos” e que apenas a gravidade do crime e o clamor popular não são suficientes para a manutenção da reclusão.
“Não obstante, a gravidade da conduta atribuída ao paciente – assassinato da vítima em praça pública -, recomenda a imposição de medidas alternativas à prisão, pelo Tribunal, que exerce o poder cautelar inerente à jurisdição sobre o fato, na condição revisional e de controle de legalidade, como forma de harmonizar ‘os direitos do paciente com a necessidade de manutenção da ordem pública’”, afirmou o relator.
“Família despedaçada”
De acordo com Guto, o crime destruiu a sua família, principalmente sua mãe, de 65 anos.
Ele revelou que, desde o crime ocorrido em setembro de 2019, sua mãe está com depressão e vive a base de remédios.
“Depois disso ela adoeceu, está de cama, só no remédio 24 horas, chorando o tempo todo, desesperada, não come. Acabou com a vida da mulher”, disse.
Agora, o empresário contou que a família avalia a possibilidade de morar no exterior e deixar a situação deplorável para trás.
“No Brasil, a gente vive na impunidade. Acho que nem morar mais no Brasil nós iremos mais. Estamos querendo mudar do Brasil”.
Relembre o caso
Jonh Lennon estava preso desde o dia 1º de outubro pela morte do jornalista. Na ocasião, o acusado confessou o crime e disse que estava sob efeito de drogas.
Marcelo foi assassinado com pedradas na cabeça no dia 28 de setembro, em um terreno baldio, no Bosque da Saúde, em Cuiabá.
Jonh Lennon havia dito em depoimento que cometeu o homicídio porque encontrou a namorada mantendo relação sexual com Marcelo.
No depoimento que deu ao delegado Fausto Freitas, B.B.V. confirmou que, de fato, tinha um relacionamento com Jonh Lennon e que, no dia do crime, estava com o rapaz e mais outro usuário de drogas próximo da Avenida Rubens de Mendonça. Mas ela reforçou não ter tido nenhum contato íntimo com Marcelo.
Ela contou que um dado momento, Jonh Lennon saiu do local e retornou pouco depois na companhia de Marcelo. Em seguida, o grupo se deslocou até o terreno baldio onde, dois dias depois, o jornalista foi encontrado morto.
No local do crime, a mulher contou que se desentendeu com o grupo e saiu, permanecendo no terreno apenas o suspeito e a vítima.