Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
Dizia que poderíamos criar o bebê, caso engravidasse, ou que ele mesmo aplicaria a injeção em mim se eu quisesse abortar”, conta a adolescente de 17 anos que foi dopada, mantida em cárcere privado e estuprada pelo pai durante seis dias no apartamento em que eles moravam, no Residencial Paiaguás, em Cuiabá. O caso veio à tona após a menor gritar e ser ouvida pelo vigilante do condomínio, em 27 de janeiro
O pesadelo de Paula, nome fictício, não acabou após ser socorrida pelo funcionário do prédio. Os primeiros momentos fora do cárcere onde era estuprada ao menos cinco vezes por dia pelo pai, são definidos pela jovem em duas palavras: “transtorno e muita decepção”.
Ao , ela conta que o pai não se preocupou em usar camisinha durante os estupros. “Não usou preservativo em nenhum momento”, desabafa. Paula precisou ser submetida à PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco), medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
No entanto, ela lamenta que o tratamento deveria ter sido iniciado após 72 horas do primeiro abuso. Apesar das dificuldades, a adolescente, conta que atualmente já consegue dormir e tenta se recuperar de tudo que passou, mas ressalta que “esquecer não é fácil”.
Após o trauma, a adolescente chegou a ser atendida por um psicólogo, mas conta que, após voltar para a cidade natal, vai precisar buscar por um profissional para passar pelo tratamento psicológico.
Ela conta que o pai chegou a afirmar conhecer um homem que havia estuprado a filha e que, juntos, criavam um bebê, fruto dos abusos. “Disse que viviam muito bem e que nós dois poderíamos viver assim também”.
Paula explica que não sente ódio do pai e que o único sentimento que nutre por ele após ter passado pela série de estupros é “decepção”. “Ele não pensou em como eu iria me sentir, apenas se preocupou com o ego dele”.
Paula nem sempre morou no Residencial Paiaguás, antes de se mudar para Cuiabá, vivia em uma cidade pequena do interior de Mato Grosso com a mãe e o padrasto. A mudança para a Capital surgiu após perceber que, talvez, as constantes brigas estavam impedindo a mãe de ser feliz. Por conta disso, decidiu morar com o pai, que até então não tinha contato com a adolescente.