Cultura
Festival ‘ÌYÁ’S leva oficinas artísticas a escolas de Salvador
Cultura
Uma outra aula começa quando o sinal toca. Em vez da lousa e da carteira, o palco, a dança e a performance tomam conta do espaço escolar. Assim se apresenta o ‘ÌYÁ’S Festival de Mulheres Negras nas Artes da Cena, que chega à nona edição com um passo além: oficinas formativas em escolas públicas de Salvador. Segundo a idealizadora e produtora executiva do projeto, Juliana Monique, a proposta é conectar estudantes e artistas negros em ações que cruzam a arte e a educação.

“Dentro da programação, dentro das relações que a gente construiu, foi visando mesmo, eu estou em sala de aula, sou professora também da rede e percebi a demanda mesmo da nossa comunidade escolar em atividades artísticas, mas atividades artísticas que tivessem esse viés de não só a formação, mas também essa sensibilização que tocasse no campo da identidade, que tocasse no gênero, mais com essa leveza, com essa poética.”
Dez oficinas gratuitas são realizadas por atrizes convidadas e selecionadas do festival, alcançando jovens do ensino fundamental e médio de cinco escolas em cinco bairros: Itapuã, Cajazeiras, Nazaré, Ribeira e Cabula.
“[…]Então vai ser um festival com muita busca por identidade, inclusive na própria oficina falando dos processos criativos dessas mulheres. “
O ‘ÌYÁ’S Festival de Mulheres Negras nas Artes da Cena acontece de 18 a 26 de julho em Salvador, com apresentações, oficinas e ações formativas voltadas à valorização da produção artística e intelectual de mulheres negras. A programação completa é gratuita.
Cultura
1ª negra imortal: escritora Ana Maria Gonçalves toma posse na ABL
A atualidade da obra de Ana Maria Gonçalves, que aborda temas históricos e raciais em seus livros, foi destacada nesta sexta-feira (7) durante a posse da escritora na Academia Brasileira de Letras. Ela é a primeira autora negra eleita como imortal na instituição, e ocupará a cadeira de número 33, antes do gramático Evanildo Bechara.

Ana Maria Gonçalves é reconhecida especialmente pelo livro Um Defeito de Cor. A obra narra, em 952 páginas, a história de Kehinde, uma mulher africana que atravessa o século 19 buscando reencontrar o filho. Além de escritora, Ana Maria Gonçalves é roteirista, dramaturga e professora. A nova acadêmica reforçou o significado de sua presença para a renovação da ABL.
“Cá sou eu hoje, 128 anos depois de sua fundação, como a primeira escritora negra eleita para a Academia Brasileira de Letras, falando português e escrevendo a partir de noções de oralidade e escrevivência. E assumo para mim como uma uma das missões: promover a diversidade nessa casa e fazer avançar as coisas nas quais nela eu sempre critiquei, como a falta de diversidade na composição de seus membros, uma abertura maior para o público e o maior empenho na divulgação e na promoção da literatura brasileira.”
O discurso de abertura da cerimônia foi feito pela imortal Lilia Schwarcz. A historiadora e antropóloga destacou a posse e a obra de Ana Maria no contexto de violência contra as pessoas negras.
“Nunca o livro de Ana foi tão atual como nos dias de hoje com as chacinas nos complexos do Alemão e da Penha. Kehinde é uma mãe que viu um filho morrer e outro desaparecer. Simbolicamente, ela é mais uma das muitas mães brasileiras enlutadas que seguem lutando.”
A escritora Conceição Evaristo também enfatizou a importância da luta racial, especialmente na literatura.
“Eu acho que mais uma vez a história brasileira bem manchada de sangue, né? E o que que a literatura pode fazer nisso? Quer dizer, olhando, é, na primeira mão, na hora do desespero, a literatura não pode fazer nada. Depois quando você pensa, eu acho que a literatura é o lugar mesmo de você, é, tentar resolver essa realidade, né? Imaginar uma outra realidade, imaginar uma outra um um outro destino para o Brasil, né?”
Já a escritora Eliana Alves Cruz falou sobre a relevância do momento e a aproximação da academia com a população.
“É um momento mágico, né? É um momento esperado, aguardado. E um tanto atrasado, né? Eu acho, porque muita gente esperou para ter alguém aqui. Eu espero que seja o começo de uma renovação para a ABL, de uma aproximação com o povo.”
O evento foi marcado pela presença de escritores e artistas, além de representantes da cultura negra brasileira.
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